sábado, 26 de setembro de 2009

Um conto só para mim

Sexta-feira, 3 de julho de 2009

Havia uma menina em uma cabine telefônica discando uns números loucos, com um papelzinho na mão, ele estava encharcado e a tinta da caneta, borrada até os olhos, impossível deduzir o que estaria escrito ali. Era um número, um número de um telefone residencial. O curioso é: O que ela estava fazendo naquela cabine, completamente molhada? Ela tinha um objetivo, o objetivo de dizer tudo o que nunca teve coragem para a pessoa mais importante de sua vida. Para o ser que era dono de seu coração. Ela amassou o pequeno papel, e o jogou no chão da cabine, batendo com o fone em todos os cantos na esperança de dispersar sua raiva. “Se eu tivesse sido mais atenta, se eu tivesse sido uma pessoa melhor para você, eu lembraria o número do seu telefone. Mas eu não sei, porque não sou nada disso. Eu nunca quis ser, eu nunca abri meus olhos para a pessoa mais importante para mim, para aquela que me segurou firme e me levou para velejar pelo mar. Se eu fosse uma pessoa melhor... Se, se, se, não há mais volta, apenas a palavra SE, Ah, se o mundo fosse perfeito, se eu fosse perfeita, se não existisse criminalidade em cada beco e rua escura. Se, se, se. Mas espere, qual a finalidade disso? Em que momento ela decretou que minha total perfeição era sua alegria? Em momento algum. Errei, pequei, cometi os mesmos erros de sempre, e continuo aqui, amando, tentando perdoar. Posso perdoar alguém que já não me é mais necessário? Ela não me quer. Aquela pessoa está rodeada de boas e más intenções, e se... De novo, a palavra SE bate e volta. Hora ou outra, eu aceitarei que esse é o fim.”

Ela saiu da cabine e seus passos se tornaram chorosos, trêmulos, femininos. Tudo que seja frágil, quebrável, se tornou ela. Ela era o meu amor, o meu propósito, e vê-la assim não era o que eu pensava por “vingança”. Meus passos se tornaram densos, logo, rápidos e urgentes.

Uma mão tocou o ombro daquela garota atirada no chão, sobre toda aquela chuva e minhas palavras lhe foram compreensivas.
─ Você já pode parar de fingir que aceita ser odiada.

You won't forgive me, but I know you'll be all right
It tears me apart that you will never know but I have to let go

Tell me I'm frozen but what can I do?
Can't tell the reasons I did it for you
When lies turn into truth I sacrificed for you
You say that I'm frozen but what can I do?

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